sábado, 19 de fevereiro de 2011

Você Não Pode Ser Neutro Num Trem Em Movimento

Howard Zinn
                                                                                                                                     Fonte: Imagens Google

Agregamo-nos a uma sociedade em que não solicitamos guarida  e nem pedimos para pertencer, mas somos forjados a viver nela. Indicam-nos regras a serem cumpridas que contrariam, por diversas vezes nossos desejos inatos. O DEVER reprime, e ressurge no polífemo moderno, o gigante ciclópico gerado pela avidez dos que pretendem amealhar o trabalho alheio. O DEVER se transforma em idiotice, perdeu a beleza dos primeiros alvores surgidos com o amanhã. [ ... ] A hipocrisia se transforma em preceito moral, por certo os hipócritas triunfarão [...]

Estava eu a andar entre as prateleiras da biblioteca, apenas procurando algo sugestivo e esperando que o acaso me apresentasse um bom livro para uma tarde de sexta chuvosa. Eis que em um relance vejo um título de livro muito atraente – Você Não Pode Ser Neutro Num Trem Em Movimento de Howard Zinn – rapidamente pensei: aí está o que acaso me sugere e era o que estava aguardando, algo que remetesse ao que venho pensando nesses últimos dias, a passividade, resignação, a obediência muda e outros sinônimos para se adjetivar a atual situação.
No prefácio, vejo que o autor era – pois, faleceu em 2010 – um grande ativista político-social nos EUA contra as guerras e o racismo da década de 60. Mostra, no caso do racismo, que em vários estados era inobservado pelas autoridades máxima os preceitos jurídicos e constitucionais que resguardavam a IGUALDADE e a LIBERDADE a todos, independentemente de sua etnia ou se tem a mais ou a menos melanina no corpo. No livro, o mesmo relata a participação dos estudantes negros em fazer prevalecer o que consta na constituição e a forma arbitraria e violenta com que eles eram confrontados, mas como se vê na maior parte dos EUA o movimento anti-segregação racial saiu-se vencedor – em que mesmo que um movimento não dê resultados rápidos, no transcorrer do tempo com certeza o dará. Na parte tocante aos movimentos bélicos, salienta que por sua maioria era devido e subsidiados por grandes empresas ( não irei transcorrer muito, pois tenho o péssimo habito de não terminar leituras em curto espaços de tempo).  
Após a lida de alguns capítulos fiquei pensando que hoje ao invés da segregação racial, há a segregação social – essa explícita e tida como normal. Hoje muitos lugares são restritos, uns apenas os ricos podem ir, uma vez que se vai alguém não muito bem trajado ou com a aparência de um individuo da classe C será logo mal visto pelos demais, não raramente barrado pelo segurança. Outros lugares predominam os pobres, visto que os de classe superiores não querem ser vistos em meio as classes economicamente inferiores. Pode-se até pensar que é um exagero da minha parte, mas essas situações são repetidas, não raramente todo dia. Fora quando o próprio Estado colabora para essa disjunção, uma vez que as formas de amparo são diferentes para cada Classe Social. Ao fazer uma comparação entre as escolas, hospitais, as formas de lazer e trabalho se verifica a gritante diferença na qualidade de vida.

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